Uma grande maioria de atores opta pelo preto como sua roupa de ensaio; o espaço elizabethano e uma grande variedade de espaços cênicos alternativos chamam seus palcos de "caixa preta"; muitos atores ao esquecerem seus textos em cena, ao invés de dizerem: "deu branco" dizem: "deu breu"; nas aulas de maquiagem, a máscara branca é chamada por muitos de máscara neutra; em um processo de busca e conhecimento de expressão facial, muitos começam pela máscara neutra, ou seja, a falta de expressão.
Quantas histórias de tropeços nas cochias por conta da escuridão necessária nesse espaço!
Muitas Cias teatrais optam por comisetas pretas para divulgar seus trabalhos, talvez por considerarem uma forma de chamar mais atenção nas ruas, talvez por essa ligação entre o teatro e a cor preta ou até mesmo sem pretenção alguma, apenas uma questão de preferência.
O que sei é que nos anulamos para dar vidas a outras vidas e a "caixa preta" nos auxilia nessa empreitada.
Não estamos em luto constante, apenas usamos a nosso favor o que pode nos favorecer ainda mais com a luz da ribalta.
Quantos saem por caminhos escuros sem saber qual o destino certo de suas carreiras profissionais. Enquanto se espera o foco de luz correto para a valorização da sua cena perfeita, é necessário aprender a tatear no escuro o caminho que leva a entrada certa da cochia ou seu melhor posicionamento no palco.
Aprenda a enxergar na escuridão para não se encandear com a luz já que terá que conviver com ambas o tempo todo. O ator transcende, tem que ver além de seus próprios conceitos!
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